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sábado, 23 de outubro de 2010

Tribos Urbanas "Headbangers"

Trubo urbana  "Headbangers"

   Headbanger (também metalhead) é um termo usado para designar um fã do estilo musical heavy metal ou qualquer de suas variantes. O termo headbanger refere-se também aqueles que dançam headbanging. Os cabelos compridos, casacos de couro patches de bandas de metal ajudam a promover um sentido de identificação na subcultura.

Origem do nome

        Não há consistência que o termo headbanger tenha se originado de fãs do Black Sabbath e de Ozzy Osbourne. Mas a verdade é que em fins da década de 60 e inicio da década de 70 bandas como Black Sabbath, Deep Purple, Uriah Heep, Grand Funk Railroad usavam o blues "shuffle" como base de muitas de suas músicas. Junto a este ritmo alucinante e pesado, ele fazia com que os fãs balançassem suas cabeças frenéticamente.
        Segundo os guitarristas do Status Quo, Rick Partiff e Francis Rossi, muitos dos apreciadores do rock underground da época em pubs da Inglaterra nas cidades de Birmingham e Londres, já realizavam este tipo de dança ouvindo soul. Eles próprios quando decidiram adotar um estilo de rock mais underground e frequentar estes pubs, perceberam como os roqueiros deste recintos agiam e decidiram fazer o mesmo no palco. Automaticamente bandas como Black Sabbath, Deep Purple, Uriah Heep, por frequentarem os mesmos locais também começaram a adotar o mesmo tipo de atitude no palco. Bill Ward, ex-baterista do Black Sabbath, comenta em um video de Ozzy Osbourne que este estilo de atitude foi crucial para o sucesso do Black Sabbath em terras americanas.
        Então foi o movimento destas bandas apoiadas por apreciadores e fãs da época que fez existirem headbangers. Mas na verdade os mesmos somente foram denominados desta maneira a partir do surgimento da NWOBHM (New Wave of British Heavy Metal) um movimento criado por bandas que resgatavam o heavy metal no final dos anos 70 e início dos anos 80 e o nome do movimento foi criado pela Revista de Rock inglesa "Sounds", que deu suporte para bandas da época como Iron Maiden, Saxaon, Angelwitch, Samson, Tyger Of Pan Tang entre outras.  

Visual

        O visual chamado de old school (velha guarda, em uma tradução mais aberta) é composto de camiseta preta de banda ou não, calça jeans (normalmente rasgada) ou preta (normalmente de couro), tênis cano alto, geralmente branco, e acessórios "opcionais" como um colete feito a partir de uma jaqueta jeans, geralmente com patches de bandas, cinto, braceletes e pulseiras. Em épocas de clima frio, jaquetas de couro  ou jeans com "patches" também fazem parte do visual. 
        Rod Halford, da banda de heavy metal Judas Priest inventou um visual de couro com rebites para os heavy metalheads. Antes disso, pode se observar que o visual adotado era um visual hippie. Halford viu que os hippies nada tinham a ver com o heavy metal, e inspirado pelas casas noturnas inglesas, e vendo a polêmica que o heavy metal criou, adotou um visual fetichista. Conforme foi tornando-se famoso, o heavy metal foi sendo envolto em uma aura de "misticismo" no qual se colocava este estilo como extremamente machista. Assim, não se associava a imagem do visual introduzido por Halford aos bares gays ingleses, nem mesmo se cogitava o fato de uns dos líderes da NWOBHM ("New Wave Of British Heavy Metal"), Rob Halford (que tem a alcunha de Metal God, "Deus do Metal"). Muitos headbangers adotaram partes do visual de couro com rebites de Rob Halford, como as correntes, spikes, gargantilhas, cintos de pirâmides entre outros pois este dão uma certa agressividade ao visual. O visual descrito acima remete principalmente à NWOBHM e ao surgimento do thrash metal  na baía de San Francisco, nos Estados Unidos.
        Já no fim dos anos 80 e início dos anos 90, com a ascensão de vertentes como o doom metal, gothic metal e o black metal vindos da Europa, principalmente da Escandinávia, tornou-se popular o uso de coturnos e sobretudos. Os Coturnos são muito populares entre os headbangers. Assim como o cinto de bullets (balas) e a calça camuflada, os coturnos, acessórios que remetem ao militarismo , sua força, e sua agressividade, tento como principal significado a luta pelos seus ideais.
 

No Brasil

 
        No Brasil durante os anos 80 e início dos anos 90, no ABC paulista, lugar onde havia uma das maiores concentrações de headbangers no país, o uso do coturno era exclusivo de tribos como punks e góticos, sendo utilizado pelos headbangers, assim, os tênis cano-alto brancos, de marcas como Pony, Le Coq  entre outros. A cor preta é adotada pelos headbangers por ser a cor representante da ira e da inconformação, diferentemente de outras contra-culturas undergrounds, como punks, góticos,  skinheads,  entre outras, que adotam o preto por ter outros significados.Também é muito comum entre os headbangers os cabelos compridos, uma marca registrada do estilo. O termo "metaleiro" foi criado pela Rede Globo, durante as transmissões do Rock in Rio (1985).

sábado, 16 de outubro de 2010

Tribos Urbanas "GOTHIC"

GOTHIC ou GOTICOS


       Ao longo da história, o termo Gótico foi usado como adjetivo ou classificação de diversas manifestações artísticas, estéticas e comportamentais. Dessa maneira, podemos ter uma noção da diversidade de significados que esta palavra traz em si.
     Originalmente, Gótico deriva-se de Godos, povo germânico considerado bárbaro que diluiu-se aproximadamente no ano 700 d.C.. Como metáfora, o termo foi usado pela primeira vez no início da Renascença, para designar pejorativamente a tendência arquitetônica, criada pela Igreja Católica, da baixa Idade Média e, por conseqüência, toda produção artística deste período. Assim, a arquitetura foi classificada como gótica, referindo-se ao seu estilo "bárbaro", se comparado às tendências românicas da época.

      No século XVIII, como reação ao Iluminismo, surge o Romantismo que idealiza uma Idade Média, que na verdade nunca existiu. Nesse período o termo Gótico passa a designar uma parcela da literatura romântica. Como a Idade Média também é conhecida como "Idade das Trevas", o termo é aplicado como sinônimo de medieval, sombrio, macabro e por vezes, sobrenatural. As expressões Gothic Novel e Gothic Literature são utilizadas para designar este sub-gênero romântico, que trazia enredos sobrenaturais ambientados em cenários sombrios como castelos em ruínas e cemitérios. Assim, o termo Gothicism, de origem inglesa, é associado ao conjunto de obras da literatura gótica. Posteriormente, influenciado pela Literatura Gótica, surge o ultra-romantismo, um subgênero do romantismo que tem o tédio, a morbidez e a dramaticidade como algumas características mais significativas.      
      No final da década de 70 surge a subcultura gótica influenciada por várias correntes artísticas, como o Expressionismo, o Decadentismo, a Cultura de Cabaré e Beatnick. Seus adeptos foram primeiramente chamados de Darks, aqui no Brasil, e curtiam bandas como Joy Division, Bauhaus, The Sisters of Mercy, entre tantas outras. Atualmente, a subcultura gótica permanece em atividade e em constante renovação cultural, que não se baseia apenas na música e no comportamento, mas em inúmeras outras expressões artísticas.
      Nos meados da década de 90, viu-se emergir uma corrente cultural caracterizada por alguns elementos comportamentais comuns ao romantismo do século XVIII, como a melancolia e o obscurantismo, por exemplo. Na ausência de uma classificação mais precisa, esta corrente foi denominada Cultura Obscura. Porém, de forma ampla e talvez até equivocada, o termo Goticismo também é usado para denominá-la.
      Há algumas semelhanças entre Cultura Obscura e Subcultura Gótica. Mas há também diferenças essenciais que as tornam distintas. Por exemplo, a Cultura Obscura caracteriza-se por valores individuais e não possui raízes históricas concretas como a subcultura gótica.
      Entre os apreciadores da Cultura Obscura, é possível determinar alguns itens comuns, como a valorização e contemplação das diversas manifestações artísticas. Além de uma perspectiva poética e subjetiva sobre a própria existência; uma visão positiva sobre solidão, melancolia e tristeza; introspecção, medievalismo, entre outros.
       Sintetizar em palavras um universo de questões filosóficas, espirituais e ideológicas que agem na razão humana, traz definições frágeis e incompletas de sua essência. Obscuro, Sombrio ou Gótico podem ser adjetivos de diversos contextos e conotações. Mas é, principalmente, o espelho que reflete uma personalidade.


Cultura Obscura


       Apesar de ser considerada por muitos, uma tribo urbana, a cultura obscura não se caracteriza necessariamente pela coletividade, mas principalmente pela individualidade. Uma vez que se aborda personalidades e comportamentos que tendem a encontrar expressões artísticas comuns.
         Desse modo, não há um conjunto específico de influências, regras ou doutrinas pré-estabelecidas. Porém, alguns pontos podem sugerir um "contramovimento social". Por exemplo, há na sociedade, de um modo geral, uma busca intensa pelo mercantilismo, a indução selvagem ao status e a exploração da arte pelo consumismo. A cultura obscura contraria essas tendências, contrapõe-se aos rótulos e modismos, choca-se com ideais consolidados e valoriza, sobretudo, a arte e a expressão individual.
         Para que algumas de suas principais características tornem-se mais nítidas, pode-se associá-las ao Romantismo Literário. Não apenas no aspecto artístico, mas principalmente, na questão comportamental. É este romantismo, reacionário ao iluminismo e ponto de partida da subcultura gótica, responsável pelas bases obscuras desta cultura. A superestimação do ego e, conseqüentemente, dos próprios sentimentos que, exteriorizados, formam uma realidade idealizada do mundo. A evasão, que consiste numa fuga psicológica da realidade, é responsável pela supervalorização do passado, seja individual ou histórico, como no saudosismo. Assim, percebe-se com nitidez a intersecção entre Romantismo e Cultura Obscura.
         Entre seus adeptos, podemos encontrar um constante interesse pela cultura, valorização e contemplação de diversas manifestações artísticas; perspectiva poética e subjetiva sobre a própria existência; visão positiva sobre solidão; melancolia e tristeza; introspecção e medievalismo; etc. A soma destas características compõe uma cultura de atmosfera sombria, romântica e poética. Mas, geralmente, é vista pela sociedade, de forma preconceituosa, como uma manifestação depressiva e negativa.
         A Literatura, além de ser uma das manifestações artísticas mais consumidas e produzidas na cultura obscura, fornece uma definição estética e ideológica bem próxima dos elementos que a compõem. Compor um poema, por exemplo, é uma forma de penetrar no próprio âmago, conhecer a si próprio, confrontar os temores e revelar os mais profundos sentimentos.
         Mais uma vez, o romantismo faz-se presente; especialmente o ultra-romantico ou "mal-do-século". Não apenas por suas obras, mas principalmente por suas características: subjetivismo, saudosismo, predileção pelo noturno e pelo sobrenatural, por exemplo. Obras de autores como Allan Poe, Lord Byron, Lovecraft e  Ávares de Azevedo são amplamente absorvidas.
         A música pode ser classificada como o principal veículo de divulgação no que se refere à Cultura Obscura. Mas, como em outras expressões, não é possível traçar uma linha nítida relacionada à estilos ou artistas específicos.
         As bandas que surgiram no início da década de 80, no período conhecido como pós-punk, e atualmente são classificadas genericamente de góticas, também são apreciadas; como o Joy Division, por exemplo.
         O Gothic Metal, nome dado genericamente ao estilo que combina Metal e Neoclássico, traz em letras e arranjos uma boa parte dos temas abordados: alusão à obras literárias e mitologia, citações em latim e arcaísmos, entre outros elementos.
       Porém, a cultura obscura ainda abriga outros estilos e referências musicais. Por exemplo, música medieval e renascentista, e compositores clássicos e neo-clássicos. Ainda, estilos mais suaves como New Age, Dark Atmospheric (ou Dark Ambient) e Ethereal.
        Na cultura obscura não há uma religião ou doutrina espiritual a ser seguida. Mas há um grande interesse por religiões do período pré-cristão, por diversas correntes e doutrinas esotéricas e pela própria espiritualidade. Este interesse é, sem dúvidas, fruto de um desejo de autoconhecimento e de elevação espiritual próprios de seus adeptos.
         Nas plásticas e na estética, as emoções são figuradas e personificadas. Anjos e demônios convivem como nas ilustrações de William Blake, o terror pode ser encontrado em Nosferatu, do expressionismo alemão. Vê-se ironia e macabrismo no cinema de Tim Burton. Assim como sombras urbanas emergem na lendária Gotham City. Castelos e catedrais, gárgulas e quimeras coexistem na Arte Digital. Definições e exemplos tão distantes que se tornam próximos e coerentes a olhos intensos e românticos. A combinação de certos elementos compõe uma obra, um ambiente ou uma paisagem, impregnada de lirismo obscuro, como na melancolia decadente de um cemitério ou na grandeza de uma catedral.
         Diversas expressões artísticas de culturas e épocas distintas encontram-se na cultura obscura: do romantismo ao modernismo; da prosa à poesia; do sacro ao profano... Uma cultura que não necessita de regras, apenas de identidade; que não pode ser sintetizada em algumas palavras; mas que é ampla e democrática para abrigar elementos tão distantes e incluí-los sob uma mesma perspectiva.




Gótico como Estilo Subcultural

"(...) Não há espaço suficiente, aqui, para descrever cada artefato específico valorizado na cena gótica, nem para detalhar todas as formas complexas pelas quais góticos, individualmente, os selecionam, os combinam e sutilmente os transgridem. Simplesmente tentarei delinear os aspectos estilísticos mais importantes da subcultura em relação a temas gerais particularmente proeminentes e consistentes. Entitulados 'o sombrio e o macabro', 'feminilidade e ambiguidade' e 'fragmentos de estilos relacionados', estas são, obviamente, categorias guarda-chuva artificiais e, como tais, inevitavelmente caracterizadas por diversidade e sobreposição. Mais uma vez é preciso enfatizar que os os indivíduos montavam seu próprio estilo selecionando dentre os elementos que eu descrevo e que, como consequência, poucos, senão nenhum, adotavam todos eles. O valor destas categorias é que elas permitem a demonstração da consistência estilística geral da cena gótica, sem deixar de lado os elementos de diversidade e dinamismo.

Autores   

Alfred de Musset Edgar Allan Poe  
Alphonsus de Guimaraens Álvares de Azevedo Ann Radcliffe Anne Rice
Augusto dos Anjos Baudelaire Bernardo Guimarães Bram Stoker
Casimiro de Abreu
Castelo Branco
Cruz e Sousa
Fagundes Varela
Florbela Espanca
Franz Kafka
Horace Walpole
Johann Goethe
Junqueira Freire
Lord Byron
H. P. Lovecraft
Manuel du Bocage
Mary Shelley
Oscar Wilde
William Blake
              
Fatos e Mitos


         Nos últimos tempos, a subcultura gótica e a cultura obscura ganharam destaque na sociedade através da grande quantidade de informações transmitidas por diversos canais, principalmente a Internet. Este fato criou uma densa camada de mitos e confusões que envolvem os góticos e os obscuros.
        Não há um estatuto que defina a personalidade de um adepto da Cultura Obscura. Não há mandamentos a serem seguidos. Há apenas, um conjunto de características. Embora nem sempre, seja comum a todos os adeptos.
        O objetivo deste texto é um esclarecimento definitivo em relação à Cultura Obscura, de modo a dissociá-la da subcultura gótica. É necessário expor a face da Cultura Obscura real que abriga sólidas manifestações artísticas e sociais, e não é movida pelos modismos fúteis e consumistas de nossa sociedade. Assim, façamos alguns esclarecimentos.

1- Os adeptos da Cultura Obscura possuem uma percepção artística diferenciada. Isto lhes permite contemplar situações pouco comuns para as outras pessoas.

2-  Esta percepção é natural à sua personalidade e é desenvolvida, muitas vezes inconscientemente, ao longo de sua vida. Num determinado momento, descobre-se a Cultura Obscura e ocorre uma identificação imediata.

3-  Freqüentam cemitérios para ler, ouvir música ou apenas refletir sobre a própria existência, aproveitando o aspecto de paz e tranqüilidade e a arte das esculturas tumulares, por exemplo. É falso o conceito de que vão ao cemitério para roubar, destruir ou praticar rituais.

4-  Possuem uma personalidade introspectiva. Não são depressivos, pessimistas ou agressivos.

5-  Tristeza e melancolia não são sentimentos negativos. São apenas estados de espírito dos quais, muitas vezes, são fontes de inspiração.

6-  São pessoas que valorizam a arte e a intelectualidade. Muitos, por exemplo, estudam e pesquisam sobre História, Literatura, Cinema, Música, Sociologia etc.

7-  Na Cultura Obscura, não há uma religião específica a ser seguida. Geralmente, se interessam por temas ocultistas, mas podem ser Católicos, Evangélicos, Neopagãos etc. Podem seguir uma crença pessoal ou até mesmo serem Ateus. É falso o conceito de que todos são satanistas ou anticristãos.

8-  Não há uma ideologia política específica. Aliás, é raro encontrar alguma citação política entre os adeptos. Normalmente só há o conceito de contra-movimento social.

9-  Não se vestem exclusivamente com roupas pretas e nem todos usam maquiagem e acessórios metálicos. 

10-  A música produzida na subcultura gótica, principalmente no período da década de 80, é um dos estilos cultivados. Mas outros estilos como o Metal, Clássico e Ethereal, também são muito consumidos. 

11-  Não há rivalidade com nenhum outro grupo social.

12-  Os adeptos da Cultura Obscura são pessoas sociáveis e aceitam as individualidades de forma natural. Independentemente de seus valores, crenças, etnia, situação econômica ou orientação sexual. Assim, encontra-se de todas as etnias: brancos, negros, pardos etc. É falso o conceito de que são todos brancos ou pálidos.

13-  São socialmente e economicamente tão produtivos quanto qualquer outra pessoa. 


Estilos Música

       A música apreciada na Cultura Gothic abriga desde as sonoridades mais rústicas, como a produzida entre algumas bandas góticas na década de 80, até a sofisticação do Metal que emergiu na década de 90. Pode oscilar entre sonoridades modernas, como a dos estilos eletrônicos mais pulsantes e dançantes, ou buscar referências na música medieval.
       Desse modo, é possível ter uma idéia de quanto é amplo e democrático o conceito de música quando relacionado à cultura obscura, e pode-se perceber que não há padrões rígidos que determinem estilos específicos. Porém, há alguns pontos que são comuns na maioria. Podemos citar como exemplos, letras que abordam temas existenciais e que algumas vezes baseiam-se em obras da literatura romântica. Além de uma referência instrumental recorrente à música étnica, (de culturas orientais, por exemplo), e do próprio folclore europeu. A música erudita também é uma referência bastante comum, que pode estar presente tanto nos estilos mais suaves, como o Ethereal, até nos mais agressivos e pesados, como o Metal.
       Alguns estilos, como o Ethereal, New Age e Dark Ambient/Atmospheric, muitas vezes, podem trazer uma sonoridade semelhante. Isso faz com que algumas bandas sejam genericamente inclusas sob mais de um rótulo. Este conceito também pode ser aplicado ao Metal e suas subdivisões.
       (O objetivo deste artigo não é delimitar ou impor rótulos sobre os estilos citados. Mas apenas fornecer informações sobre as variações musicais mais presentes na cultura obscura. As bandas e artistas citados são apenas referências para que o leitor possa ter uma idéia mais clara dos estilos que são abordados nos tópicos.)

Gothic Rock 

       No Gothic Rock, o instrumental é simples, composto por guitarras, baixo e bateria. Os vocais característicos são graves. A expressão Gothic Rock foi usada pela primeira vez no final da década de 70 para classificar bandas como Bauhaus, Joy Division e Siouxsie and The Banshees, que também eram rotuladas como pós-punk. Mas suas influências não estavam limitadas ao punk. Neste momento, bandas que posteriormente seriam classificadas como Death Rock ainda eram chamadas de Gothic Rock. Assim, a fronteira entre o Death Rock e o Gothic Rock não são muito nítidas.

Referências: Bauhaus, Joy Division e Siouxsie and The Banshees.


Industrial/E.B.M

      Apesar de muitas vezes serem classificados sob um mesmo rótulo, originalmente, E.B.M (Eletronic Body Music) e Industrial são estilos diferentes. Porém, é muito comum que bandas que sejam enquadradas num destes segmentos transitem livremente para o outro, e a fronteira que os diferenciam esteja cada vez mais sutil.
      Ambos surgiram na década de 70 e suas bases recorrem ao experimentalismo eletrônico. Inicialmente, o Industrial utiliza-se de objetos de uso cotidiano para produzir as músicas. Não havia uma preocupação com características básicas, como melodia e harmonia. Ao longo dos anos, tornou-se comum o uso de timbres eletrônicos; as músicas adquiriram uma sonoridade mais dançante e os estilos subdividiram-se em Industrial-Rock, Industrial-Metal e CrossOver, entre outros.

Referências: Marilyn Manson, Cabaret Voltaire e Front 242.

Ethereal 

       O Ethereal é um dos estilos que foram classificados como Darkwave. No Ethereal encontra-se melodias lentas e suaves. O instrumental é composto por bases eletrônicas de sintetizadores ou orgânicas (acústicas). Há uma forte influência de música folclórica (européia) e de diversas culturas (não européias), além de música erudita e experimentalismo eletrônico. No Ethereal é muito comum que as músicas soem melancólicas e introspectivas.

Referências: Cocteau Twins, Dead Can Dance e Lycia.


Dark Ambient/Dark Atmospheric

       Não há uma linha muito nítida que divida estes estilos. A semelhança é tanta que alguns até os consideram sinônimos. Também, a sonoridade muitas vezes se confunde com o Ethereal.
       No Dark Ambient/Atmospheric o instrumental é delicado, com timbres eletrônicos que simulam violinos, sinos e efeitos diversos, como sons da natureza. Há também as bandas que utilizam instrumentos de música erudita, como violinos, cellos e flautas, compondo assim uma sonoridade mais orgânica, considerada neoclássica. Há a influência de música folclórica e os vocais, geralmente, são baseados no canto lírico. Como no Ethereal, muitas músicas soam melancólicas, com uma "tristeza passiva".

Referências: Dargaard, Elend e Autumn Tears.


New Age

       O New Age, que significa literalmente Nova Era, pode ser considerado um movimento artístico-espiritual surgido na década de 60, composto por diversas crenças orientais. O estilo musical New Age também se caracteriza pela influência da música oriental. Porém, não se resume a isso. O New Age se subdivide em vários segmentos que possuem referências da música erudita e folclórica européia, por exemplo.
       A sonoridade do New Age é suave e orquestrada. Possui melodias lentas muitas vezes interpretadas através do canto lírico, corais de vozes, sintetizadores e bases eletrônicas.

Referências: Era, Enigma e Enya.


Medieval e Renascentista

       Quando relacionada à música consumida na cultura obscura, o termo Medieval pode referir-se à música do período medieval (principalmente da Baixa Idade Média no período de transição para a Renascença) ou ao estilo produzido por bandas e artistas contemporâneos que se inspiram na música medieval.
       A música do período medieval é caracterizada, inicialmente, por melodias vocálicas sem acompanhamento instrumental, que fluem livremente desenvolvendo-se com suavidade e ritmos irregulares. Posteriormente, surgiu a polifonia e o acompanhamento de instrumentos como flautas, tambores e instrumentos de corda. Estas variações podem ser associadas tanto à musica medieval religiosa como a música medieval profana.
      A música produzida atualmente que é inspirada no período medieval traz, além das características da música medieval de várias fases, também experimentalismos eletrônicos que, algumas vezes, flertam com Ethereal. Alguns artistas tendem a buscar uma sonoridade autêntica da época, enquanto outros produzem músicas com instrumentação mais complexa soando mais "pop".

Referências: Mediaeval Baebes, Ataraxia e Arcana.


Música clássica e neoclássica (Erudita)

       Na cultura obscura, a música clássica é uma referência que se combina com outros estilos. Por exemplo, sua influência é notada entre estilos como Ethereal e Metal e entre artistas que buscam uma maior sofisticação na sonoridade através violinos, cellos, vocais sopranos e tenores, piano e cravo, por exemplo. Assim, buscam inspiração em compositores de diversas fases como Mozart, Beethoven, Chopin e Strauss.

 
Metal

       Várias subdivisões do Metal são apreciadas na cultura obscura. Entre elas, principalmente, o Gothic Metal, Doom Metal, Metal Lírico e Metal Sinfônico. Há diversas características comuns entre estes estilos; a mais presente é a utilização de elementos de música clássica, como violinos, pianos, flautas e vocalização lírica. Estes itens combinam-se com as características mais comuns do Metal: guitarras graves, vocais urrados e variação rítmica. Além de letras que abordam o folclore do país natal da banda, ou referências de obras literárias, arcaísmos e expressões em latim, por exemplo.
Algumas bandas destes segmentos podem ter sido influenciadas pelas bandas do Gothic Rock oitentista e do Doom da década anterior. Além disso, é muito comum serem classificadas também em outros estilos.

Referências: Epica, Tristania e Theatre of Tragedy.


segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Tribos Urbanas " EMO"

Emo


         Emo ou Emocore (abreviação do inglês emotional hardcore) é um gênero de música derivado do hardcore punck. O termo foi originalmente dado às bandas do cenário punk de Washington, DC que compunham num lirismo mais emotivo que o habitual.

Origem

         Existem várias versões que tentam explicar a origem do termo "emo", como a que um fã teria gritado "You´re emo!" (Você é emo!) para uma banda (os mitos variam bastante quanto a banda em questão, sendo provavelmente o Embrace ou o Rites of Spring).
         No entanto, a versão mais aceita como real é a de que o nome foi criado por publicações alternativas como o fanzine Maximum RocknRoll e a revista de Skate Thrasher para descrever a nova geração de bandas de "hardcore emocional" que aparecia no meio dos anos 80, encabeçada por bandas da gravadora Dischord de Washington  DC , como as já citadas Embrace e Rites of Spring, além de Gray Matter, Dag Nasty e Fire Party.
         Nesta época, outras bandas já estabelecidas de hardcore punk, como 7 Seconds, Government Issue e Scream também aderiram à esta onda inicial do chamado "emocore", diminuindo o andamento, escrevendo letras mais introspectivas e acrescentando influências do rock alternativo de então.
         É importante lembrar que nenhuma destas bandas jamais aceitou ou se autodefiniu através deste rótulo. A palavra "Emo" é vista como uma piada ou algo pejorativo e artificial.
         O gênero (ou pelo menos o clássico estilo de Washington, o DC vocais abrasivos e passionais.
         Após a supervalorização inicial da intensidade e da sonoridade caótica, o emotional hardcore sofreu um processo de "desacelaração". As bandas Sunny Day Real Estate e Mineral basearam seu estilo no Rites of Spring, outra banda do gênero emo.

Chegada ao Brasil

         No Brasil, o gênero se estabeleceu sob forte influência norte-americana em meados de  2003, na cidade de São Paulo, espalhando-se para outras capitais do Sul e do Sudeste, e influenciou também uma moda de adolescentes caracterizada não somente pela música, mas também pelo comportamento geralmente emotivo e tolerante, e também pelo visual, que consiste em geral em trajes pretos, trajes listrados, Mad Rats (sapatos parecidos com All-Stars), cabelos coloridos e franjas caídas sobre os olhos. Porém, os fãs das bandas emo no Brasil até então conhecidos faziam parte do estilo HxCx, e a criação dos modernos esteriótipos sobre os mesmos, como as franjas, se deu a partir do começo do Século XXI. Fãs modernos das bandas de emotional hardcore do Século passado geralmente são membros da subcultura Indie, pois existe uma polêmica de que as bandas tidas no senso-comum como Emotional Hardcore são na verdade Pop Punk ou pertencentes a outros gêneros, ao mesmo tempo chamando o emotional hardcore do Século passado de Real Emo, sendo o anterior considerado superior por motivos que variam desde seus temas mais artísticos e mais profundos, até um instrumental de melhor qualidade e complexidade. Isso explica a diferença entre fãs de "estilo Emo" e fãs da subcultura Indie. Entretanto, o conhecimento do Real Emo ainda pertence a um Universo extremamente alternativo.


Roupas  e Acessórios

É facílimo identificar um emo, mesmo que você nunca tenha ouvido falar neles. A marca registrada está no cabelo, com franja usada em cima dos olhos, somente de um lado do rosto. O visual é a própria contradição da adolescência. “Ao mesmo tempo que demonstram rebeldia, que aparece no preto, têm também uma vontade de se manter na infância, daí os ícones infantis”, afirma a jornalista de moda Lilian Pacce.
ANOS 80 O tênis nacional Mad Rats faz sucesso nos pés dos emos.

REBITE Os cintos são usados por meninos e meninas.

WILMA FLINTSTONE Colares e pulseiras são inspirados na personagem.

BUTTONS Os emos adoram usar broches em bonés e mochilas.

INFANTIL A camiseta mescla rebeldia com um desenho fofinho.












Cabelo Emo


         Os cabelos Emo chamam atenção de algums jovens principalmente pelo corte e cores na maioria das vezes com muitas mechas coloridas e franjas que tapam o rosto.
         O cabelo emo é muito próximo ao estilo Rock e punk . Muitos meninos e meninas atualmente aderem ao look o que na maioria dos casos não agrada nada os pais.









sábado, 2 de outubro de 2010

Tribos Urbanas "PUNK"

Cultura punk

       
         Denomina-se cultura punk os estilos dentro da produção cultural que possuem certas características comuns àquelas ditas punk, como por exemplo o princípio de autonomia do façaoce-mesmo, o interesse pela aparência agressiva, a simplicidade, o sarcasmo niilista e a subversão da cultura. Entre os elementos culturais punk estão: o estilo musical, a moda, o design, as artes plásticas, o cinema, a poesia, e também o comportamento (podendo incluir ou não princípios ético e políticos definidos), expressões linguísticas, símbolos e outros códigos de comunicação. Surge dentro do contexto da contracultura, como reação à não-violência dos hippies e a um certo otimismo daqueles.

O punk como movimento social

        A partir do fim da década de 1970 o conceito de cultura punk adquiriu novo sentido com a expressão Movimento Punk, que passou a ser usada para definir sua transformação em tribo urbana, substituindo uma concepção abrangente e pouco definida da atitude individual e fundamentalmente cultural pelo conceito de  movimento social  propriamente dito: a aceitação pelo indivíduo de uma ideologia, comportamento e postura supostos comum a todos membros do movimento punk ou da ramificação/submovimento que ele pertence. O movimento punk é uma forma mais ou menos organizada e unificada, com o intuito de alcançar objetivos —seja a revolução política, almejada de forma diferente pelos vários subgrupos do movimento, seja a preservação e resistência da tradição punk, como forma cultural deliberadamente marginal e alternativa à cultura tradicional vigente na sociedade ou como manifestação de segregação e auto-afirmação por gangues de rua. A cultura punk, segundo esta definição, pode então ser entendida como costumes, tradições e ideologias de uma organização ou grupo social. Apesar de atualmente o conceito movimento punk ser a interpretação mais popular de cultura punk, nem todos indivíduos ligados a esta cultura são membros de um grupo ou movimento. Um grande número de punks definem o termo punk como uma manifestação fundamentalmente cultural e ideologicamente independente, cujo o aspecto revolucionário se baseia na  subversão não-coerciva dos costumes do dia-a-dia sem no entanto se apegar a um objetivo preciso ou a um desejo de aceitação por um grupo de pessoas, representando uma postura distinta do caráter politicamente organizado e definido do movimento punk e de seu respectivo interesse na preservação da tradição punk em sua forma original ou considerada adequada. Esta diferença de postura entre o movimento punk  e outros adeptos da cultura é responsável por constantes conflitos e discussões, violentos ou não, que ocorrem em encontros destes indivíduos em ruas e festivais, ou através de meios de comunicação alternativos como revistas, fanzines e fóruns. 

Origem 

Estados Unidos

       Originalmente o punk surge por volta de 1974  como uma manifestação cultural juvenil semelhante aos da década de 1950 e 1960: era caracterizado quase que totalmente por um estilo baseado em música, moda e comportamento.
      A primeira manifestação genuinamente punk, no entanto, o estilo punk rock, surge primeiro nos Estados Unidos com a banda The Ramones por volta de 1974 e é caracterizada por um revivalismo da cultura rock and roll (músicas curtas, simples e dançantes) e do estilo rocker/greaser (jaquetas de couro estilo motociclista, camiseta branca, calça jeans, tênis e o culto a juventude, diversão e rebeldia).
       Enquanto o rock and roll tradicional ainda criava estrelas do rock, que distanciavam o público do músico, o punk rock rompeu este distanciamento trazendo o princípio da música super-simplificada (pouco mais que três acordes, facilmente tocados por qualquer pessoa sem formação mínima musical) e instigando naturalmente outros adolescentes a criarem suas próprias bandas. O punk rock chega à Inglaterra e influencia uma série de jovens pouco menos de um ano depois.
       Extremamente empolgado pela apresentação dos Ramones, Mark Perry abandona seu emprego e produz o primeiro fanzine  punk, o Sniffin' Glue ("cheirando cola"), com a intenção de promover esta nova agitação cultural. O fanzine foi o símbolo marco para o faça-voce-mesmo punk, não tinha quase nenhum recurso financeiro e era marcado pelo estilo visual deliberadamente grosseiro e com senso de humor ácido.

Inglaterra


       Na Inglaterra o princípio de que "qualquer um pode montar uma banda" e o espírito renovador do punk rock se mesclaram a uma situação de tédio cultural e decadência social, desencadeando o punk propriamente dito.
       Os Sex Pistols, antes uma banda de punk-rock comum, se torna um projeto mais ambicioso com a tutela de Malcom McLaren  e a inclusão de um baixista inventivo e provocador, Sid Vicious . A banda passa a usar  suásticas e outros símbolos nazi-facistas, além de símbolos comunistas  e indumentária sadomasoquista  num agressivo deboche dos valores políticos, morais e culturais (influenciados e patrocinados por Malcolm McLaren e Vivienne Westwood, amigos aficionados pelas ideias dadaistas e Situacionistas).
       Além de ridicularizar clássicos do rock and roll, as músicas da banda costumavam demonstrar um profundo pessimismo e niilismo, agredindo diretamente diversos elementos da cultura vigente, sempre em tom sarcástico e agressivo. Logo chamam a atenção de entusiastas que começam a acompanhar os shows produzindo eles próprios de forma caseira estilos de roupas e acessórios, em geral rearranjos de roupas tradicionais como ternos, camisas e vestidos, com itens sadomasoquistas, pregos, pinos, rasgos e retalhos.
       Essas características —sarcasmo, interesse pelo grosseiro e o ofensivo, valorização do faça-você-mesmo, reutilização de roupas e símbolos de conhecimento geral em um novo contexto bizarro, crítica social, desprezo pelas ideologias, sejam políticas ou morais, e pessimismo— somado ao estilo empolgante e direto do punk-rock definiram a primeira encarnação do que hoje entendemos como cultura punk.
       A partir de 1977 esta postura punk se tornou um fenômeno impactante na maior parte do mundo e pouco a pouco foi se transformando e ramificando em sub-gêneros.

Brasil


        O movimento punk em São Paulo surgiu na Zona Norte, mais precisamente a turma roqueira da Vila Carolina, onde desde o início dos anos 70, já se formava uma cena pré-punk influenciada por bandas de protesto norte-americanas e inglesas, como MC5, The Stooges e Dust. Apesar de o Joelho do Porco ser a primeira banda brasileira com a propósta do punk, a primeira banda de punk rock brasileira foi o Resto de Nada.
       A banda foi formada em 1978 como uma forma de protestar contra a repressão do governo militar e mostrar que diversos jovens lutavam por uma sociedade melhor. O precursor dessas ideias foi o guitarrista  Douglas Viscaico que criou a banda. Inspiradas nesse ideal, muitas outras bandas se formaram para também criticar o regime, tais quais como AI-5, Detrito Federal,  Condutores de Cadáver,  Cólera, Aborto Elétrico, entre outras.
Em Brasília, o punk rock chegou por volta de  1977, através de filhos de políticos e embaixadores que trouxeram do exterior álbuns de bandas de punk rock que estavam nas paradas inglesas da época.

Música


        O primeiro elemento cultural punk desenvolvido foi a música. A música punk desde suas origem até os dias de hoje passou por diversas mudanças e sub-divisões, englobando características que vão desde o pop rock irônico e politicamente indiferente, ao ruidoso discurso político panfletário, entre outras características. Apesar disso, nos diversos estilos de música punk o caráter anti-social e/ou socialmente crítico é bastante recorrente e a ausência destas características é vista por alguns como justificativa para o não-reconhecimento de uma banda como sendo do estilo punk. Estilos muito distintos do punk rock também são desconsiderados com frequência.
        O estilo punk rock tradicional caracteriza-se pelo uso de poucos acordes, em geral power chords, solos breves e simples (ou ausência de solos), música de curta duração e letras rebeldes, sarcásticas que podem ser politizadas ou não, em muitos casos uma manifestação de antipatia à cultura vigente. Estas características não devem ser tomadas como uma definição geral de punk rock, pois bandas e variações bem difundidas do gênero apresentam características muitas vezes antagônicas a estas, como por exemplo as músicas longas e complexas do Television (uma banda de protopunk), o experimentalismo cacofônico do Crass (uma banda mais voltada ao ideologia punk anarquista), a tendência de sociabilização das bandas de hardcore moderno e o discurso sério de algumas bandas politizadas.


Sub-gêneros

        As divergências éticas e comportamentais ou o simples desenvolvimento de certos estilos dentro e em harmonia com o punk criaram ao longo de sua história vários sub-gêneros que vão desde a criação de filosofias de vida à mera formação de um estilo musical  e de vestuário particulares.

Moda punk


        A moda é, junto à música, o aspecto cultural mais característico e evidente do punk. O termo moda, no entanto, não é bem aceito pela maioria dos punks e influenciados pela cultura punk pois é entendido estritamente como modismo, aceitação social, comércio e/ou mera aparência. Costuma-se empregar o termo estilo, com o significado de "roupa como afirmação pessoal" (apesar deste também ser um dos significados da palavra moda), ou mais comumente ainda o termo visual, utilizado em quase toda a cultura alternativa brasileira, não somente no meio punk.
       O estilo punk pode ser reconhecido pela combinação de alguns elementos considerados típicos (alfinetes, patches, lenços à mostra no bolso traseiro da calça, calças jeans rasgadas, calças pretas justas, jaquetas de couro com rebites e mensagens inscritas nas costas, coturnos, piercings, tênis converse, correntes, corte de cabelo moicano,(colorido ou espetado, etc) ou Spike (espetado dos lados, atrás e em cima) e em alguns casos lápis ou sombra no olho, sendo esta combinação aleatória ou de acordo com combinações comuns à certos sub-gêneros punk, ou ainda o reconhecimento pode ser pelo uso de uma aparência que seja desleixada, "artesanalmente" adaptada e que carregue alguma sugestão ou similaridade com o punk sem necessariamente utilizar os itens tradicionais do estilo.
       A moda punk, em sua maioria, é deliberadamente contrastante com a moda vigente e por vezes apresenta elementos contestadores ou ofensivos aos valores aceitos socialmente —no entanto um número considerável de punks e alguns sub-gêneros apresentam uma aparência menos chamativa (por exemplo o estilo tradicional hardcore). Há também indivíduos intimamente ligados a esta cultura que não têm nenhum interesse ou deliberadamente se recusam a desenvolver uma aparência punk, em geral motivados pelas diversas críticas que a moda punk recebeu durante sua história (veja o artigo principal:  moda punk).
        As variações dos elementos das roupas punk e o surgimento de ramificações de estilo estão associados, na maioria dos casos, ao surgimento de novos sub-gêneros musicais, influências ideológicas e de elementos de outras culturas que em determinados momentos dividiam mesmo espaço com o punk. A ideia popularmente difundida e equivocada de que todos os elementos do estereótipo punk foram "planejados" cuidadosamente como simbolismo da ideologia libertária/anarquista — por exemplo o coturno, originalmente trazido a cultura punk por influência da cultura skinhead, que é comumente e erroneamente justificado como símbolo de repúdio ao Exército — é com frequência aceita entre novos punks que acabam desta forma propagando e consequentemente agregando pouco-a-pouco um sentido simbólico que não existia anteriormente à moda punk.
       Enquanto o estilo punk desligado de um movimento costuma utilizar com liberdade os elementos, combinando peças intuitivamente e utilizando outros itens que não fazem parte do estilo clássico, os membros dos diversos grupos do movimento punk consideram fundamental algumas combinações tradicionais de elementos, uma vez que elas identificam o grupo (e consequentemente a ideologia) específico que o indivíduo pertence.
        Em diversos países, incluindo o Brasil, a roupa é na maioria das vezes o elemento que desencadeia as brigas de rua entre gangues, membros de grupos divergentes do movimento punk e outros movimentos que repudiam o punk. A combinação arbitrária de elementos costuma não ser bem vista por punks de gangues e sub-grupos do movimento pois é interpretada como uma demonstração de ignorância sobre os costumes, a aparência e as ideologias punk ou fruto de uma tentativa da cultura vigente se apropriar desse estilo. Este desentendimento pode culminar no desprezo, ridicularização ou hostilidade para com o indivíduo ou, nos casos dos grupos violentos, na coerção, furto de peças e agressão.

Ideologia

 

        Desde o seu início, a cultura punk teve ideias apartidárias e a liberdade para acreditar ou não em um deus ou religião qualquer. Porém, por causa do tempo de existência, seu caráter cosmopolita e amplo, ocorreram distorções de todas as formas, em diversos países, dando ao movimento punk uma cara parecida mas totalmente particularizada em cada país.
  

Linha do tempo


 

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Tribos Urbanas

       Tribo jovem ou tribo urbana é o nome dado a um grupo de pessoas com hábitos, valores culturais, estilos musicais e/ou ideologias políticas semelhantes. Algumas tribos são alternativas à ordem social baseada na organização familiar, outras são apenas nomes genéricos dados a determinados grupos de pessoas.
      Tribos jovens são mais comuns em grandes metrópoles, por esse motivo são chamadas de tribos urbanas.
      Todos os movimentos de contracultura são tribos urbanas, porém, nem todas as tribos urbanas são movimentos de contracultura.
       Infatizando as tribos urbanas (ou metropolitanas ou regionais) são constituídas de microgrupos que têm como objetivo principal estabelecer redes de amigos  com base em interesses comuns. Essas agregações apresentam uma conformidade de pensamentos, hábitos e maneiras de se  vestir.  Um exemplo mais conhecido de tribo urbana são os punks. Segundo Michel Maffesoli, o fenômeno das tribos urbanas se constitui nas "diversas redes, grupos de afinidades e de interesse, laços de vizinhança que estruturam nossas megalópoles. Seja ele qual for, o que está em jogo é a potência contra o poder, mesmo que aquela não possa avançar senão mascarada para não ser esmagada por este".
       A expressão "tribo urbana" foi cunhada pelo sociólogo francês Michel Maffesoli, que começou usá-la nos seus artigos a partir de 1985. A expressão ganha força três anos depois com a publicação do seu livro Le temps des tribus: le déclin de l'individualisme dans les sociétés postmodernes

 OBS:  Eu Sebastiana Basto sou admiradora das tribos urbanas e vou mostra cada uma delas de uma forma que abranja essa cultura de uma forma que o preconceito diminua cada vez mais.